Entrevista a Cláudia Casaca

Cláudia Casaca, professora adjunta no Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, assume a partir de agora a presidência da Efriarc. A dirigente pretende reforçar laços com outros atores do setor e reconhece os desafios que as exigências de eficiência energética e as limitações ao uso de certos fluidos colocam. A docente destaca ainda a boa relação que mantém com a indústria através da academia e as vantagens que isso comporta para os alunos, ainda que reconheça escassez de mão-de-obra no setor.

Entrevista por Cátia Vilaça | Fotografia: D.R.

Como é que avalia, nesta área, a relação entre a academia e a indústria?

Não tenho nada a reclamar, e eu própria invisto nessas ligações. Tenho tido oportunidade, com as ligações que tenho tido ao longo destes anos com as empresas, de promover seminários e tardes técnicas - ainda há pouco tempo fizemos uma sessão sobre bombas de calor - e tenho promovido a vinda de empresas cá. Ainda recentemente veio cá uma empresa com uma carrinha, com equipamentos que nós aqui muitas das vezes não conseguimos demonstrar.

Temos os laboratórios associados, mas nem sempre temos os últimos equipamentos, e esta ligação tem sido feita assim. No âmbito dos trabalhos finais de mestrado, temos tido esta oportunidade de as empresas estarem disponíveis para a academia, e é assim que eu acho que se transfere algum conhecimento, tanto para lá como para cá. Os nossos alunos vão lá, possivelmente com uma visão diferente, e dão o seu cunho, e eles próprios vêm trazer a nossa formação. Acabo por ganhar também com isso, porque trazem a última informação.

Numa fase pós-estágio, a absorção de licenciados e doutorados por parte do mercado é satisfatória?

É acima de satisfatória, porque os alunos ainda não acabaram o curso e já são chamados. Tenho pena é que os nossos alunos não estejam com a motivação de ingressar logo no mercado de trabalho. Mesmo durante as visitas técnicas que temos feito, as próprias empresas fazem o convite, na presença de pessoas dos recursos humanos, e eu pergunto-lhes por que não estão interessados. Respondem-me que preferem acabar o curso primeiro porque não dá para conjugar as duas coisas.

A realidade dos nossos estudantes hoje também é diferente da dos estudantes da minha altura, já que muitas vezes nós trabalhávamos e estudávamos ao mesmo tempo, por outras vicissitudes da vida. Por um lado, até é bom que eles tenham esta visão de terminar o curso primeiro e fazer as coisas no seu tempo. Por outro lado, o mercado precisa de gente nova e, cada vez mais, de mão de obra.

A falta de mão de obra especializada é um grande problema que temos hoje em dia, e isso está a pôr em causa projetos, muitas das vezes. Tenho falado com colegas nesta área que têm posto em causa a aceitação de alguns projetos porque não têm capacidade de resposta. (...)

Entrevista completa em Avac Magazine nº 6 out/dez 2023

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