Ar condicionado pós pandemia
O aparecimento da epidemia do SARS-CoV-2 mostrou que a contribuição dos sistemas de condicionamento de ar para o controle da disseminação do vírus tinha limitações. O que o presente trabalho pretende é sugerir alterações na maneira de projectar os sistemas de ar condicionado, que os tornem mais eficientes em caso de pandemias.
Recentemente, o mundo foi assolado pela pandemia da SARS-CoV-2, cujos efeitos perduram até hoje. Neste contexto, o setor de ar condicionado foi desde logo questionado sobre os efeitos ou influências que os sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado, de agora em diante designados por AVAC, teriam na propagação dos vírus. Alguns conceitos terão de ser revisitados para que seja possível uma melhor compreensão sobre essa sistemática (autoria própria).
Sistemas de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado: Principais conceitos
A primeira definição a demonstrar neste estudo é a de Hierholzer Jr. (1995), do que é necessário acontecer para um ser humano ser infectado: precisa haver uma concentração mínima de patógenos (dose) para que concretize uma infecção. O vírus tem que “atacar” por porta de entrada adequada (o local é normalmente boca, nariz e olhos) e precisa ser patogénico (virulência), “agredir” o alvo durante um certo “tempo”, e, certamente, para ter “sucesso” tem que ser mais forte que o nível de defesa do hospedeiro.
Ao contrário do que acontecia anteriormente nos projectos de AVAC, em que a grande preocupação era controlar a contaminação que vinha através do ar exterior, ou era gerada internamente como consequência de atividades e/ ou materiais, agora admite-se que o ar exterior está razoavelmente limpo de SARS-CoV-2, mas é dentro do ambiente climatizado ou ventilado que se gera a contaminação, levada pelos utilizadores do espaço (autoria própria). (...)
Engenheiro eletrotécnico
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