Utilização do biogás como alternativa para a produção de frio numa exploração pecuária

Este artigo refere-se a uma exploração pecuária com baixo aproveitamento de biogás, produzido por digestão anaeróbia a partir de estrume de suínos. É necessário refrigerar alimentos e acautelar a temperatura interior de áreas administrativas e de reprodução de suínos. Foram equacionadas cinco alternativas com tecnologias por ciclos de absorção e compressão de vapor para a produção de refrigeração e ar condicionado a partir do biogás. Selecionou-se um equipamento de absorção de duplo efeito H2O/LiBr, com os melhores indicadores: energético (COP=1.39) e exergético (ηII = 0.49), e dois Superblock R290 com os indicadores: COP (2.25 - 3.19) e ηII (0.50 - 0.55). Esta alternativa apresenta a melhor recuperação do investimento (três anos, três meses e 10 dias), o menor investimento de capital (397,098.20 euros), evita emissões de metano (3,886.86 tCO2eq), autoconsome energia elétrica e exporta a energia remanescente para a rede, evitando emissões para a atmosfera (323.71 tCO2eq).
Introdução
A dependência da humanidade em relação aos combustíveis fósseis continua a afetar o meio ambiente, pelo que existe um claro interesse de governos e organizações em reverter a situação. Uma possibilidade é empregar Fontes de Energia Renovável (FER) e criar políticas que promovam o seu uso, como se reflete nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Com o desenvolvimento que se avizinha, supõe-se um aumento da qualidade de vida do homem e, consequentemente, um aumento da procura de refrigeração, aquecimento e ar condicionado. Estas instalações são, por si só, grandes consumidoras de energia, e uma percentagem elevada utiliza refrigerantes com elevado potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) e de destruição do ozono (ODP na sigla em inglês). É, por isso, importante considerar soluções com origem nas FER. (...)
Por Ricardo Domínguez Cowley, Departamento de Aplicaciones Ingenieras, Instituto de Refrigeración y Climatización, Cuba, e José Ramón Rojo Rodriguez, Dirección General, Instituto de Refrigeración y Climatización, Cuba
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