Portugueses têm calor no verão e passam frio no inverno

Fotografia: D.R.

Portugal necessita de adotar estratégias e soluções que permitam enfrentar a pobreza energética e a ineficiência térmica que afeta a grande maioria das famílias, de modo a dar resposta a dois dos maiores problemas do país: a falta de conforto e o elevado preço a pagar por ele, conclui-se no congresso internacional realizado na Universidade do Minho.

“Edifícios do Futuro” foi o tema do congresso internacional que decorreu no dia 6 de junho, na Universidade do Minho, em Braga. O evento contou com a participação de Altino Bessa, vereador do Ambiente e Turismo do Município de Braga, e de Miguel Bandeira, pró-Reitor da Universidade do Minho, além de vários especialistas e investigadores nacionais e internacionais das áreas da climatização, construção e arquitetura.

O vereador do Ambiente e Turismo do Município de Braga, destacou a necessidade de se encontrar um “equilíbrio entre a sustentabilidade e o conforto, quer do ponto de vista financeiro do investimento, quer do próprio consumo energético, que terá de ser baixo”, tanto em edifícios residenciais, empresarias ou públicos.

Já o pró-Reitor da Universidade do Minho abordou o “desígnio da sustentabilidade”, considerando que, “atualmente, se trata de uma questão central nos projetos de investigação e nas próprias empresas, incorporando a cadeia de valor das organizações”.

Em Portugal, “a literacia energética é baixíssima”, revelou Manuela Almeida, da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, sendo necessário formar e sensibilizar os cidadãos. Além disso, “o Estado tem um papel fundamental para apoiar e promover as reabilitações abrangentes e profundas que temos de fazer nos edifícios”.

Para a coordenadora da Comissão de Especialização em Engenharia de Climatização da Ordem dos Engenheiros, Isabel Sarmento, “o parque construído é enorme e é melhor apostar na renovação”.

Luís Ramos, da Giacomini Portugal, apresentou várias opções de tecnologias de climatização viáveis e elevada eficiência, como por exemplo a tecnologia radiante. Destas, a que mais surpreendeu os participantes e criou grande interesse foi a utilização de hidrogénio como fonte de energia para a climatização de espaços de forma silenciosa, eficiente, invisível e sustentável.

“Esta foi uma iniciativa pioneira em Portugal, indo ao encontro de um problema real e que afeta centenas de famílias no nosso país”, disse o diretor Geral da Giacomini Portugal, Vasco Silva. “Os Censos de 2021 confirmam que apenas 14 por cento das casas portuguesas têm aquecimento central. Além disso, 80 por cento das habitações precisam de melhorar o sistema de aquecimento, ou seja, são mais de três milhões de casas. E 30 por cento das casas não têm qualquer forma de aquecimento”, referiu o responsável.

Promovida por duas empresas do setor da climatização, a Giacomini, com sede em Itália, e a Milei, fundada há 40 anos em Braga, a iniciativa mobilizou perto de duas centenas de profissionais com conhecimento e experiência no mercado.

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