Autoconsumo e Inteligência Artificial para responder aos desafios climáticos no Algarve

Conferência promovida a 3 de outubro pela Giacomini e Canalcentro visou debater respostas para a falta de água e aumento habitacional no Algarve
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, desde 2012 que a precipitação está 29~% abaixo da média e as reservas de água atingiram valores críticos, com o armazenamento das albufeiras a situar-se em níveis inferiores a 50 %. Com aquíferos sobre explorados e racionamento de água em áreas económicas chave para a região, como Agricultura e Turismo, há riscos sérios para a população e ecossistemas locais.
Este cenário agrava-se com a pressão do consumo, tanto hídrico como energético, decorrente do aumento do número de fogos habitacionais. O incremento dos custos da construção e as atuais metas europeias para a descarbonização do setor, tanto em edifícios como nos produtos utilizados, colocam desafios acrescidos.
Estas foram algumas das principais conclusões e números apresentados no 2.º Congresso Internacional que decorreu, na passada quinta-feira, dia 3 de outubro, em Vilamoura, e divulgados pela Giacomini em comunicado. O evento, que teve como tema “O futuro do Algarve: recursos, edifícios e economia”, contou com a participação de David Pimentel, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Loulé, e de João Rodrigues, Vice-Reitor da Universidade do Algarve, além de diversos especialistas nacionais e internacionais das áreas do ambiente, energia, construção e climatização.
Vasco Silva, Diretor-Geral da Giacomini Portugal, mencionou o papel das bombas de calor neste processo, embora lhes atribua uma importância relativa: as “50 000 bombas de calor instaladas em Portugal no ano de 2023 são um pequeno passo”, dado que “85 % dos edifícios nacionais são anteriores a 2020 e, destes, 75% tem um fraco desempenho energético”, considera.
“Este cenário dramático, vivido particularmente a sul do país, exige medidas urgentes e integradas por parte do Estado, das entidades gestoras, dos vários setores utilizadores de água e da própria sociedade civil”, acrescentou o responsável.
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