Disponível quinta edição da AVAC Magazine

Estimados Leitores(as), Quando escrevia o editorial, lembrei-me de uma discussão que houve no decurso do V Foro Iberoamericano de Calidad de Aire Interior realizado no decurso da Asamblea General de la Federación de Asociaciones Iberoamericanas de Aire Acondicionado y Refrigeración (FAIAR) na Cidade do México.

Durante algum tempo debateu-se a questão de haver etiquetas para tudo. Os edifícios possuem etiquetas. Os eletrodomésticos possuem etiquetas. Tanto umas como outras devem ser colocadas em local bem visível de forma a informar o utilizador sobre as características (energéticas) dos mesmos. Os bens alimentares que consumimos também possuem etiquetas que nos informam sobre a lista de ingredientes, a origem do produto, o lote e o prazo de validade, o conteúdo líquido, as informações nutricionais, muitas das vezes incluindo informações sobre alergénicos. O mesmo se passa com as bebidas. Não há sempre uma etiqueta a informar o consumidor sobre os aspetos mais relevantes do conteúdo do vasilhame? Curiosamente, no México, fui surpreendido com os avisos explícitos em embalagens de comida e/ou bebida indicando em letras garrafais “EXCESO CALORÍAS” ou “EXCESO AZÚCARES” ou também “CONTIENE EDULCORANTES, NO RECOMENDABLE EN NIÑOS”).

E o ar interior? Não será o ar interior, à semelhança da comida e da bebida, também essencial à vida? É que há ar e ar e, por vezes, o mesmo não é recomendável nem a “niños”, nem a “mujeres embarazadas”, nem a ninguém! Não deveria haver também uma etiqueta visível a informar/ alertar para a qualidade do ar nos espaços interiores? É que passamos muitas horas dentro de portas, seja no emprego, seja em casa, e estamos especialmente vulneráveis (uns mais do que outros, obviamente) ao ar interior e as partículas emitidas por produtos como móveis, materiais de construção e outros produtos domésticos e de escritório são uma das principais fontes de poluição do ar em ambientes fechados.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Síndrome do Edifício Doente, também chamada de Sick Building Syndrome (SBS), é um conjunto de doenças causadas ou estimuladas pela poluição e contaminação do ar em espaços fechados. A sua origem tem causas variadas, entre as quais a presença de contaminantes químicos e microbiológicos provenientes de fontes internas ou externas (CO, CO2, COV, CH2O, PM10, PM2,5, Radão, Bactérias, Fungos, etc.), mas, sobretudo, tem a ver com uma inadequada ventilação.

Para evitar tudo isto talvez deva haver projetos bem feitos (na sua esmagadora maioria são) que incluam equipamentos modernos (os fabricantes nacionais acompanham o que de melhor se faz por esse mundo fora) instalados conforme as orientações dos respetivos projetistas e fabricantes. Basta? Não! São imprescindíveis as manutenções periódicas e as limpezas adequadas dos equipamentos…

Para terminar este editorial, queria pedir a ajuda dos estimados leitores para o seguinte: tem sido tradição que, aquando da realização das assembleias anuais FAIAR de que vos falei há pouco, se faça uma breve apresentação/ degustação de bebidas típicas dos países participantes. O México deu a provar o destilado alternativo à tequila SOTOL e um Mezcal 400 CONEJOS produzido a partir do sumo fermentado do agave, o Brasil levou a cachaça PITÚ, a República Dominicana brindou-nos com um rum BRUGAL, a Espanha apresentou-nos a aguardente ORUJO, a Colômbia mostrou quão forte é a tequila JOSÉ CUERVO e Portugal deu a degustar um Royal OPorto TAWNY. Na próxima assembleia anual FAIAR, que bebida espirituosa recomendaria para representar Portugal?

Boas leituras!

Editorial da Avac Magazine nº 5 jul/set 2023

Luis P. C. Neto

Ex-diretor da Avac Magazine

Se quiser colocar alguma questão, envie-me um email para info@avacmagazine.pt

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