Como a IA pode melhorar a eficiência energética de edifícios

  • 18 setembro 2025, quinta-feira
  • Gestão

Christina Genet

A conferência “Cracking the Code”, no dia 16 de setembro, detalhou como grandes empresas de tecnologia e de AVAC integram a IA para tornar os edifícios mais eficientes e autónomos.

“A inteligência artificial está em todo o lado.” É com estas palavras que André Matos, cloud & AI engineer da Microsoft, abriu a conferência “Cracking the Code” no passado dia 16 de setembro, no Microsoft Innovation Center em Lisboa. Organizado por iniciativa da Johnson Controls, em parceria com a Microsoft e o Grupo Contimetra/Sistimetra, o evento foi dedicado às soluções inteligentes de gestão de edifícios graças à IA.

Enquanto a utilização da inteligência artificial generativa passou de 55 % em 2023 para 75 % em 2024, André Matos parece convencido de que o mundo está no início de uma nova era tecnológica “que vai mudar a vida dos consumidores e dos trabalhadores.” Admite, no entanto, estar consciente dos desafios que ainda precisam de ser ultrapassados, como a baixa latência e o desempenho reduzido, mas também o aumento da vulnerabilidade e dos ciberataques devido à AI.

Na sua apresentação, o engenheiro lembrou ainda que a Microsoft realiza o design de hardware para centros de dados, adaptando-os a climas tão diferentes como os de Espanha e da Suécia. O gigante da tecnologia dispõe, de facto, de centros de dados em quase todos os países da União Europeia, exceto Portugal, um destes centros estando atualmente a ser construído na Grécia. 

60 % das baixas médicas devido à ventilação

A conferência prosseguiu com a intervenção de Ilan Yaniv, senior digital transformation leader da Johnson Controls e especialista na transformação inteligente de edifícios. Para explicar melhor os produtos da empresa, começou por diferenciar a IA tradicional, que analisa dados e fornece soluções, da IA generativa, que cria dados, aprende e aposta na criatividade. Explicou também que a Johnson Controls já está a trabalhar com a próxima geração de IA, batizada “argêntica”, capaz de alcançar objetivos graças à sua perceção e de trabalhar de forma independente e contínua.

O orador da Johnson Controls detalhou depois como a empresa pretende integrar a IA na gestão de edifícios autónomos, lembrando que as pessoas passam 90 % do seu tempo em ambientes interiores e que cerca de 60 % das baixas médicas estão relacionadas com problemas de ventilação. Através do sistema OpenBlue, a empresa pretende melhorar a monitorização dos edifícios, garantindo maior personalização e conforto, controlo de energia e manutenção autónoma, permitindo uma gestão mais eficiente das instalações.

“Com um sistema destes é possível adaptar a temperatura de uma sala quando está vazia”, acrescentou Ilan Yaniv a título de exemplo. Isto pode diminuir os custos de energia para os consumidores, reduzir as necessidades de manutenção e aumentar a produtividade operacional. A conferência terminou com uma simulação prática realizada por Nuno Silva, gestor de negócios de sistemas de automatização e controlo de edifícios do Grupo Contimetra/Sistimetra, para ilustrar as soluções apresentadas.

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