Climatização de uma vivenda em Sintra com dois modos de ocupação: sistema AVAC e medidas passivas

A energia gasta nos edifícios na UE é 40 % da energia total consumida, com 36 % de emissões de GEE associadas; 35 % desses edifícios têm mais de 50 anos e 75 % são energeticamente ineficientes. Em Portugal, o sector de AVAC busca soluções de climatização com uso de energias renováveis, pois em 2012 existiam 4,9 milhões de habitações ocupadas, sendo um milhão para habitação secundária com ocupação esporádica e necessidades de AVAC específicas. Contudo, a informação sobre o impacto do modo de ocupação no tipo da climatização a usar é escassa, embora seja um mercado não despiciendo que, com a crise energética actual, ganha relevo.
Caso de Estudo
Neste trabalho comparam-se sete potenciais sistemas de AVAC para uma vivenda de piso único, isolada, construída em 1964, localizada em Sintra (cidade de microclima com temperaturas entre 14,2 oC em Janeiro e 25,3 oC em Agosto e HR entre 70 % e 75 %), com ocupações esporádica e permanente, por um agregado familiar de 4 pessoas. As características de construção e coeficientes globais de transmissão de calor U das divisórias da vivenda encontram-se na Tabela 1.
As baixas temperaturas e humidade relativa excessiva no período de aquecimento geram condições de particular desconforto aos ocupantes, sendo a única fonte de calor de origem a existência de duas lareiras em zonas comuns, e as AQS são asseguradas por um esquentador a GN. O arrefecimento é passivo (e.g. abertura de janelas pelos ocupantes). (...)
Por Manuel Oliveira, Miguel Mendes e Viriato Semião; DLAETA, IDMEC, Departamento de Engenharia Mecânica, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
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