Balanço Energético da DGEG destaca aumento da produção de energia renovável em Portugal

FOTO CHARLES MINGZ/ UNSPLASH
Christina Genet
Todos os anos, a Direção-Geral de Energia e Geologia publica um relatório que faz o balanço da produção, importação e consumo de energia em Portugal. A edição mais recente analisa os resultados de 2024
O ano de 2024 foi marcado pela aceleração da transição energética em Portugal e pelo aumento da produção de energia renovável, revela o Balanço Energético da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), publicado a 31 de outubro de 2025. Em comparação com o ano anterior, a eletricidade de origem eólica, hídrica e fotovoltaica subiu respetivamente 9,7 %, 25,1 % e 37,4 %. Em paralelo, a produção de eletricidade a partir de gás natural e de derivados do petróleo desceu 45,9 % e 7,4 %.
No consumo final, as fontes de energia renovável representaram 36,5 % do mix energético português e 65,8 % da produção de eletricidade limpa. As importações de energia diminuíram 4,5 % face a 2023, o que reduziu também a dependência energética de Portugal, que se situou nos 64,3 % em 2024. A DGEG explica esta descida nomeadamente com a diminuição do saldo importador do gás natural.
Enquanto o consumo energético da aviação civil aumentou 4,8 % face a 2023, Portugal reduziu o seu consumo de energia primária de 1,5 %. No entanto, em comparação com 2019, último ano pré-Covid-19, o consumo do setor da aviação registou um aumento de 14,6 %. No que diz respeito ao setor dos transportes no geral, verificou-se uma redução de 0,5 % do consumo energético, apesar do aumento significativo do uso de eletricidade no transporte rodoviário. O relatório da DGEG indica que esta subida se deve à estimativa dos carregamentos dos veículos elétricos, fora da rede MOBIE em 2024.
Nos setores dos serviços e doméstico, observou-se uma diminuição do consumo energético de 2,8 % e 2,4 % respetivamente. Ao mesmo tempo, a produção doméstica de energia aumentou 8,1 % face ao ano anterior, o que se deve sobretudo à forte subida da produção hídrica e fotovoltaica, com incrementos de 3 726 GWh e 1 928 GWh. Com 19,4 %, o Brasil continua a ser o principal fornecedor de energia, seguido da Nigéria, da Argélia e dos EUA. Em conjunto, estes países representam 72 % do total da energia importada.
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