Resultados preliminares de um estudo sobre a influência da pressão atmosférica no índice de conforto térmico PMV
O índice de conforto térmico “Predicted Mean Vote” (PMV) tem sido adotado por muitos investigadores, tendo por base o procedimento de cálculo indicado na norma ISO 7730. Este procedimento faz parte de vários softwares de simulação dinâmica de edifícios e dos seus sistemas de climatização, estando a sua aplicação limitada a casos em que a pressão atmosférica é de 1 atm.
Recentemente, um procedimento de cálculo de um índice de conforto térmico mais genérico, PMVaps, foi investigado para casos em que a pressão atmosférica possa ser significativamente inferior a 1 atm, tendo-se corrigido os termos da equação do balanço de energia ao corpo humano, usada na norma ISO 7730, para que o efeito da pressão atmosférica seja tido em conta. Para além disso, o efeito da pressão atmosférica na taxa metabólica também foi tido em conta. Os resultados de alguns estudos paramétricos realizados mostram que as diferenças entre os índices PMV e PMVaps são significativas para valores baixos da pressão atmosférica. Assim, o estado do ar interior associado às condições neutras de conforto térmico humano é afetado por variações na altitude, estimando-se que quando a pressão atmosférica baixa, a temperatura neutra do ar interior também deve baixar.
A qualidade ambiental dos edifícios influencia o bem-estar e a saúde do ser humano, assim como a produtividade do mesmo. Os sistemas ativos de climatização são utilizados em vários contextos para promover boas condições de conforto térmico e de qualidade do ar no interior dos edifícios. Apesar da conhecida influência das variáveis que caracterizam o ambiente interior e o isolamento térmico e atividade de cada indivíduo, o efeito da pressão atmosférica do ambiente interior não tem sido considerado na maior parte dos modelos de conforto térmico.
As normas ISO 7730 e ASHRAE-55 adotam o índice de conforto térmico PMV para estimar a sensação térmica dos ocupantes em ambientes interiores dos edifícios, mas sem considerar o efeito da pressão atmosférica. Esta modelo de conforto térmico, usado em muitos estudos nas últimas décadas, faz parte de softwares de simulação dinâmica, de que são exemplo o TRNSYS e o EnergyPlus, e foi implementada em folhas de cálculo Microsoft Excel, tais como: i) Gameiro da Silva na Universidade de Coimbra, Portugal, ii) Takahiro Sato na Universidade de Waseda, Japão. (...)
Por Celestino Rodrigues Ruivo, Dep. de Engenharia Mecânica, Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve; ADAI - LAETA; Manuel Carlos Gameiro da Silva, Universidade de Coimbra, ADAI, Dep. de Engenharia Mecânica; e Evandro Eduardo Broday, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
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