Novo estudo analisa a qualidade do ar interior em salas de aula em Taiwan

FOTOGRAFIA WOKANDAPIX/ PIXABAY
Christina Genet
Um projeto de investigação internacional destaca as particularidades dos sistemas de ventilação híbrida em salas de aula e promove maior literacia ambiental junto dos alunos.
Enquanto milhares de alunos voltaram à escola este mês de setembro, um grupo de investigadores da Universidade Nacional Kaohsiung Normal em Taiwan e da Universidade Texas A&M nos EUA publicou um estudo sobre a qualidade do ar interior em salas de aula. O projeto de investigação baseia-se em medições realizadas em escolas urbanas e rurais com ventilação híbrida em Taiwan, analisando o conforto térmico dos estudantes.
Os sistemas de ventilação híbrida destacam-se por fatores específicos, nomeadamente pela concentração de CO2 e de PM2.5. De facto, o nível de CO2 gerado no ambiente interior tende a diminuir com as janelas abertas, enquanto a quantidade de PM2.5, pelo contrário, tende a aumentar, uma vez que tem origem no exterior. Face a estas dinâmicas opostas, a otimização da qualidade do ar interior com ventilação híbrida tem de ser adaptada.
Salas urbanas mais dependentes do ar condicionado
O perfil socioeconómico, os hábitos quotidianos e as expectativas térmicas podem levar a diferentes níveis de tolerância térmica. Consequentemente, os investigadores sublinham a importância de integrar dimensões fisiológicas e psicológicas nos quadros de análise do conforto térmico.
O estudo revelou que as salas de aula urbanas apresentam uma maior dependência do ar condicionado, concentrações de CO2 mais elevadas, mas também temperaturas interiores mais estáveis. Salas rurais, pelo contrário, revelam mais flutuações termais e maior vulnerabilidade ao PM2.5 proveniente do exterior.
Segundo os investigadores, os resultados mostram a necessidade de estratégias integradas de gestão do ambiente interior em edifícios escolares. Recomendam também a adoção de sistemas de monitorização e de controlo da qualidade do ar interior. Por fim, sublinham igualmente o potencial de programas de campus verde e de literacia ambiental para reforçar a resiliência dos alunos a fatores de stresse ambiental.
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