Entrevista a Alfredo Oliveira

A gama de fluidos a utilizar em bombas de calor e outros equipamentos pode vir a ser fortemente limitada pela nova regulamentação europeia. Alfredo Oliveira explica de que forma essas possíveis alterações têm vindo a ser debatidas e, na medida do possível, preparadas.

Entrevista por Cátia Vilaça | Fotografia: D.R.

O regulamento europeu nº 517/2014 vem introduzir um conjunto de condicionantes à utilização de gases fluorados. Pese embora estar prevista uma transposição faseada, até esta data existem alternativas que garantam a funcionalidade e a segurança dos equipamentos e dos projetos que venham a ser afetados pelo regulamento?

A União Europeia, nas unidades que até agora não estavam afetas, como são as unidades estacionárias, os sistemas multi-split, os sistemas centralizados e bombas de calor (muito mais as bombas de calor), está a apertar o cerco. Abriu um pouco o leque neste momento, em que se as condições de segurança não fossem garantidas permitia um potencial de aquecimento global (GWP) de 750 – só se encaixa o gás R-32 aí.

Todas as outras situações em que as condições de segurança estejam asseguradas, o potencial de aquecimento global deve ser inferior a 150. Para as bombas de calor e outros equipamentos e afins, as soluções disponíveis seriam as hidrofluorolefinas (HFO), que é o R-454C, R-455A e outros da mesma família. Ainda recentemente, no maior convénio europeu de refrigeração, foram apresentados gases da família HFO.

Fiquei admirado pelo facto de grandes indústrias de fabrico de fluidos que participam no plenário de discussão de F-Gas estarem a apresentar HFO quando eles sabem que todos os fluidos que apresentaram são PFAS e há uma solicitação da ECHA (Agência Europeia de Produtos Químicos) de regulamentar os PFAS. Se a ECHA conseguir, para o ano, começar a regulamentar e a proibir, ou a fechar o cerco aos PFAS, as soluções que estão na mesa para os fabricantes de bombas de calor e sistemas multi-split deixam-nos um pouco céticos porque aquilo em que eles estão a trabalhar no momento não vai ser solução daqui a três ou quatro anos.

Sei que há alguns fabricantes nacionais que estão a pensar e a desenvolver com alguns parceiros determinados condensadores, a trabalhar com propano. Também há situações em que estão a desenvolver híbridos de CO2 com glicol.

As bombas de calor são de três tipologias: ar-ar, ar-água ou água-água. Na solução ar-água, muitos estão a pensar usar, se a potência for elevada, CO2 com água; quando a potência é baixa, se houver permissividade da carga de fluido, pensam usar propano. (...)

Entrevista completa em Avac Magazine nº 4 abr/jun 2023

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