Dinâmica e remoção de aerossóis em cabines de aviões comerciais
Para prevenir e mitigar uma próxima pandemia, as cabines das aeronaves de transporte comercial devem continuar a ser concebidas de modo a ventilar de forma cada vez mais eficaz qualquer contaminante disperso no ar e permitir a deteção antecipada de um evento de propagação de agentes patogénicos utilizando sensores de bio-aerossóis. Atualmente, simulações numéricas da injeção de contaminantes na cabine permitem compreender melhor os mecanismos em causa, bem como guiar a instalação de sensores.
A pandemia da COVID-19 evidenciou a necessidade de uma ventilação eficaz e da deteção precoce de agentes patogénicos em cabines de aviões. O presente estudo visa determinar locais adequados para a instalação de sensores de bio-aerossóis em cabines de aeronaves de transporte comercial, de modo a melhorar a prevenção e o controlo da disseminação de patógenos respiratórios. Para este efeito, simulou-se computacionalmente a maquete da cabine de um Boeing 767 da Kansas State University (KSU-767), incorporando difusores reais e saídas de ar individuais dos passageiros, i.e., gaspers. Foi seguida uma abordagem passo-a-passo para analisar o comportamento do escoamento de ar, proceder a comparações com resultados experimentais, estudar o comportamento de contaminantes e identificar a melhor localização dos sensores. Detalhes adicionais podem ser encontrados na dissertação de Mestrado do primeiro autor.
A dispersão e a deposição de aerossóis marcadores em cabines de aeronaves para determinar os riscos de exposição já foi abordada em estudos anteriores. Dados experimentais obtidos para cabines de aeronaves Boeing 767 e 777, em conjunto com estudos computacionais, permitiram concluir que o risco de exposição dos passageiros a patógenos respiratórios é relativamente baixo. (...)
Por Carlos L. S. Raposo e João M. Melo de Sousa, IDMEC, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
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