Seminário de Outono da EFRIARC analisou o desafio dos centros de dados para o setor do AVAC

Christina Genet
O evento anual da EFRIARC regressou a Lisboa no dia 6 de novembro para a sua 26.ª edição que contou com cerca de 150 participantes. Foram partilhados conhecimentos sobre eficiência energética no projeto e o arrefecimento de centros de dados.
No passado dia 6 de novembro decorreu o tradicional Seminário de Outono da EFRIARC, o evento anual de destaque da associação portuguesa dos engenheiros de frio industrial e ar condicionado. A 26.ª edição do encontro reuniu cerca de 150 participantes no Hotel VIP Executive Zurique em Lisboa, e foi aberta por Cláudia Casaca, presidente da associação, que destacou a programação rica da EFRIARC deste ano e já anunciou a data da próxima Tarde Técnica dedicada aos Sistemas Hidráulicos Fechadas que terá lugar no dia 27 de novembro de 2025.
O seminário foi dividido em dois blocos temáticos: uma primeira parte dedicada à eficiência e à tecnologia em centros de dados, e uma segunda centrada na inovação e no controlo inteligente em instalações técnicas. O bloco da manhã foi moderado por Rui Cavaca Marcos e contou com uma apresentação de Fábio Coelho da Start Campus Sines sobre o arrefecimento de centros de dados em Portugal com recurso à água do mar. “Cada processo eletrotécnico gera calor que precisa de ser removido”, sublinhou o engenheiro antes de explicar o funcionamento do Data Campus localizado em Sines. Explicou que se trata de um circuito aberto: a água do mar é bombeada, depois capta o calor do centro de dados e é devolvida ao mar.
Reaproveitar água da chuva para reduzir o desperdício
Em seguida, interveio Nicole Marreiros da Grundfos que abordou a questão do tratamento de águas no consumo de centros de dados. Começou por recordar que neste momento, os EUA já dedicam 9 % da sua energia a centros de dados e que se estima que 80 % da água utilizada nos processos de arrefecimento destes centros se perca devido à evaporação. De seguida, destacou a importância de realizar análises químicas da água para otimizar a sua qualidade e sublinhou o grande potencial do reaproveitamento da água da chuva – sem dureza, nem sílica – para este tipo de utilização.
No final do primeiro bloco, a manhã encerrou-se com uma sessão de homenagem aos associados com 20 anos de ligação à EFRIARC. O programa da tarde, dedicado ao controlo inteligente em instalações técnicas, contou nomeadamente com a presença de Pedro Furtado, Diretor de Estudos e Regulação da REN. Na sua apresentação, detalhou a repartição do mix energético português, as diferenças entre a capacidade de produção de eletricidade instalada e o consumo real do país, e o grande crescimento da energia solar nestas últimas décadas. Aproveitou também para salientar a importância da interligação entre Portugal e a Espanha em termos de eletricidade: “Nós funcionamos como uma bateria para a Península Ibérica.” Terminou a sua intervenção recordando o desafio que representa a necessidade de adaptação às incertezas, para além do armazenamento da energia renovável.
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