Controlo de fumos em destaque num fórum da S&P

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Christina Genet
No dia 21 de maio, empresas e instituições da área da ventilação reuniram-se em Lisboa no âmbito de um evento técnico dedicado ao controlo de fumos em túneis e edifícios de grande ocupação.
Como antecipar os riscos de incêndio em túneis e edifícios? E como melhorar os métodos de controlo de fumos? Foi para debater estas questões que profissionais e engenheiros especializados em ventilação se reuniram no dia 21 de maio, no Sana Myriad Crystal Center, em Lisboa. O fórum técnico foi organizado por iniciativa da empresa Soler & Palau (S&P) e contou com intervenentes reconhecidos da área.
O evento foi conduzido por Carlos Fernandes, representante da Ordem dos Engenheiros, que destacou na sua introdução a importância de falar da segurança contra incêndios em termos de ventilação, num contexto em que Lisboa planeia a construção de um túnel sob o Tejo para ligar a capital à margem sul, aliviando assim a circulação na ponte 25 de abril. Aproveitou também a ocasião para relembrar que a principal causa de incêncios em túneis são as colisões de veículos, sendo por isso fundamental garantir infraestruturas seguras e adequadas.
“Muita coisa pode acontecer ao longo da vida de um túnel”
“40% do nosso consumo de energia destina-se aos edifícios”, afirmou Miguel del Moral, Diretor do Departamento de Projetos da Soler & Palau, na sua apresentação. “Por isso, com edifícios pouco eficientes desperdiçamos muita energia.” A melhoria do desempenho energético passa, por exemplo, pelo isolamento térmico, pelo uso de energia solar, pelo armazenamento de energia ou ainda pelos veículos elétricos. No entanto, estes aspetos trazem novos desafios, nomeadamente o risco de incêndio. “Para pessoas, o maior risco não é diretamente o fogo, mas sim a inalação do fumo”, explicou o engenheiro. O desenvolvimento de métodos de ventilação adequados parece, neste contexto, incontornável.
João Viegas, investigador no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, realizou, por sua vez, uma apresentação sobre as regulamentações e avaliações dos sistemas de ventilação. Explicou a importância da cadeia de responsabilidades relativas aos túneis, desde a autoridade administrativa até à entidade inspetora, passando pela entidade gestora, para garantir uma boa manutencão das infraestruturas. “Muita coisa pode acontecer ao longo da vida de um túnel”, estimou o engenheiro mecânico, ao partilhar o exemplo de um túnel onde ocorreu um incêndio há alguns anos e só então se deram conta de que o sistema de abastecimento de água estava avariado. “Isso não pode acontecer”, alertou João Viegas, antes de acrescentar: “As diretivas europeias estabelecem princípios de segurança que devem ser respeitados, é da responsabilidade dos engenheiros encontrar as respostas adequadas.”
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