Fluxo de trabalho Open BIM na certificação energética de edifícios com sistemas AVAC de fabricante

Com o objetivo de reduzir a emissão de gases com efeito de estufa e a dependência energética, durante as últimas décadas a União Europeia (UE) tem impulsionado medidas de melhoria da eficiência energética, especialmente nos setores que mais energia consomem.
A utilização dos edifícios representa, atualmente, 37,5% do consumo de energia da UE, o que inclui cerca de 30% do total de emissões de CO2. Este consumo de energia destina-se, em grande medida (80%), ao aquecimento ambiente e à produção de água quente.
A primeira diretiva da Eficiência Energética (2012/27/EU) obrigou os Estados-Membros a incluir, nos seus códigos para edifícios nacionais, medidas de poupança energética, e impôs a obtenção do Certificado de Eficiência Energética (CEE) para todos os edifícios destinados a venda ou arrendamento. A última revisão da Diretiva EPBD (Energy Performance in Buildings Directive) (2018/844) assinalava como objetivo que todos os edifícios de construção nova fossem edifícios de necessidades quase nulas de energia a partir de 31 de dezembro de 2020. A transposição da Diretiva EPBD para o direito nacional de Estados-Membros como Espanha ou Portugal acarretou um endurecimento significativo das exigências em matéria de eficiência energética no edificado.
Não obstante, o parque edificado da Europa é muito antigo e, consequentemente, ineficiente: 75% dos edifícios existentes não se ajustam a nenhum normativo energético e aproximadamente metade dos edifícios contam com caldeiras individuais anteriores a 1992, quando a sua eficiência energética não era regulada. Portanto, para se alcançar o objetivo da neutralidade climática em 2050 estabelecido no Pacto Ecológico Europeu, é fulcral a aposta da diretiva EPBD na aceleração da renovação do parque edificado e das suas instalações de geração térmica, que deve materializar-se nos Estados-Membros através do estabelecimento de subvenções e outras medidas financeiras, que em muitas ocasiões estarão ligadas aos resultados do CEE. (...)
Por Bárbara Torregrosa-Jaime, Javier Lamas-Maicas, Gaspar Payá-Ballester e Benjamín González, Departamento de Desenvolvimento CYPE Ingenieros, S.A.
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