Estudo analisa o futuro do transporte frigorífico

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Christina Genet
À medida que os gases refrigerantes tradicionais vão desaparecendo gradualmente da cadeia do frio, na sequência das regulamentações europeias, um trabalho de investigação do Instituto Internacional do Frio analisa as alternativas menos poluentes que estão a ser desenvolvidos.
Como é que os refrigerantes naturais poderão assegurar o futuro do transporte frigorífico? Um estudo publicado na Revista Internacional do Frio procurou responder a esta pergunta, numa altura em que a cadeia do frio se encontra em plena reinvenção, com a eliminação progressiva dos refrigerantes convencionais na indústria. O trabalho de investigação liderado por Silvia Minetto, presidente da Comissão D2 sobre transporte frigorífico do Instituto Internacional do Frio, avalia de que forma fluidos naturais, como o dióxido de carbono, o amoníaco ou os hidrocarbonetos podem redefinir o setor.
O transporte frigorífico enfrenta atualmente vários desafios. As restrições de espaço, as condições ambientais extremas e as taxas de fuga de fluidos estão entre as principais problemáticas. As fugas em camiões frigoríficos podem representar até 165 % da carga inicial ao longo de uma vida útil de dez anos – uma fonte significativa de emissões de gases com efeito de estufa.
Baixo impacto ambiental vs. elevada inflamabilidade
O estudo destaca os benefícios do CO2 como alternativa não tóxica e adaptada a diversas aplicações no transporte, com base em ensaios práticos realizados em reboques, contentores intermodais e embarcações de pesca. Estes integram inovações como ciclos com ejetor e configurações multi-temperatura, que melhoram o desempenho mesmo em condições ambientais extremas.
O amoníaco, por sua vez, já é amplamente utilizado na refrigeração marítima, muitas vezes em sistemas em cascata com CO2 para atingir temperaturas muito baixas, sublinha o estudo. Os hidrocarbonetos, como o propano (R-290), apresentam uma elevada eficiência e um baixo impacto ambiental, mas a sua inflamabilidade exige normas de segurança e procedimentos de avaliação de riscos rigorosos.
Os autores do trabalho de investigação recordam que a diretiva europeia relativa aos gases fluorados está a acelerar a transição para uma refrigeração mais sustentável, apelando a uma utilização segura e eficiente destes fluidos.
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