Bombas de calor podem reduzir as faturas de eletricidade pela metade

FOTOGRAFIA JOSHUA FERNANDEZ/ UNSPLASH
Christina Genet
No Reino-Unido, o think-tank E3G realizou um estudo sobre o potencial das bombas de calor em termos de eficiência energética e de redução de custos. Para tal, elaborou uma série de reformas que os governos poderiam adotar para acelerar esta transição energética.
Um estudo britânico do E3G revela que os agregados familiares do Reino-Unido poderiam reduzir as suas faturas de gás para metade, se estivessem equipados com uma bomba de calor. No entanto, o think-tank insiste na necessidade de reformas governamentais para acompanhar estas poupanças, uma vez que os custos médios de funcionamento das bombas de calor ainda são superiores aos das caldeiras de gás, embora estas sejam até três vezes mais eficientes.
Neste contexto, os especialistas do E3G propuseram uma série de medidas políticas que os governos poderiam adotar para descarbonizar o aquecimento e reduzir os custos do gás para as famílias. Um primeiro passo consiste na introdução de uma tarifa elétrica acessível para aquecimento, que isente a eletricidade utilizada para aquecimento dos encargos de políticas antigas. Segundo os cálculos da organização, uma isenção de 3,5 MWh de eletricidade por ano reduziria os custos de funcionamento em cerca de 15 % para as bombas de calor e 5 % para o aquecimento elétrico direto. Além disso, propôs-se apresentar um roteiro de longo prazo para eliminar totalmente os encargos de políticas antigas de todas as faturas de eletricidade.
Outra alavanca central do estudo é a reforma completa do sistema elétrico, apostando num mercado de eletricidade que integre melhor as energias renováveis e estabeleça Contratos por Diferença, ou seja, mecanismos de apoio a produtores de energia renovável. O estudo destaca ainda a importância de assegurar uma regulação mais rigorosa do mercado para evitar lucros injustificados das centrais a gás e sublinha a necessidade de uma estratégia para reduzir as faturas de eletricidade dos consumidores, aproveitando a energia proveniente de fontes renováveis.
Numa terceira etapa, o E3G recomenda aumentar a performance dos estandartes de aquecimento de baixo carbono. Isso passa pela monitorização da eficiência das bombas de calor instaladas, pela definição de metas de melhoria de performance e pelo apoio a habitações com soluções de aquecimento pouco eficientes. Por fim, um elemento central do estudo consiste em garantir o acesso dos consumidores a bombas de calor com uma boa relação entre eficiência energética e preço, por exemplo, através da introdução de normas que assegurem que todos os novos sistemas de aquecimento elétrico estejam preparados para funcionar de forma inteligente.
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