Bombas de calor na UE podiam substituir o gás russo

FOTO NIKOLAY GLEBOV/ UNSPLASH

Enquanto a Europa tem vindo a reduzir progressivamente as suas importações de gás natural russo desde a invasão da Ucrânia em 2022, o seu consumo energético continua ainda fortemente dependente deste país. A EHPA acaba de avaliar o potencial das bombas de calor para garantir um fornecimento energético mais seguro e sustentável.

E se as bombas de calor fossem a solução para pôr fim à dependência energética da UE à Rússia? A European Heat Pump Association (EHPA) chegou a essa conclusão numa simulação publicada no passado dia 24 de abril, por ocasião de um debate sobre a segurança energética do continente, realizado no Parlamento Europeu.

No final de 2024, já estavam contabilizadas 26 milhões de bombas de calor domésticas na Europa. De acordo com a EHPA, se cerca de 7% dos agregados familiares europeus – ou seja 14 milhões de habitações adicionais – substituírem as suas caldeiras a combustíveis fósseis, a energia produzida por estas bombas equivaleria às atuais importações de gás natural russo: 13 mil milhões de metros cúbicos.

Reduzir a fatura com combustíveis fósseis

Este cenário implicaria um aumento de 55% na utilização deste tipo de equipamento, alinhando-se com a estratégia energética da UE, que definiu como meta atingir os 60 milhões de bombas de calor até 2030, segundo a EHPA. “Uma adoção mais alargada de bombas de calor e uma maior eficiência energética nas habitações podem ajudar a UE a reduzir em 60 mil milhões de euros a sua despesa com importações de combustíveis fósseis até 2030”, afirmou Lukasz Kolinski, Diretor da Comissão Europeia para a Transição Verde e Integração do Sistema Energético, durante o debate.

A Agência Internacional de Energia (IEA) também destaca o potencial das bombas de calor para garantir um abastecimento energético mais seguro e durável no continente. Daniel Wetzel, Chefe da Unidade de Acompanhamento das Transições Sustentáveis, recordou que a Europa já consegui reduzir as suas importações de gás natural de 60 mil milhões de metros cúbicos face a 2021.

Contudo, as importações provenientes da Rússia representaram ainda 19 % do total de gás natural importado pela UE em 2024. Para substituir completamente esta fonte de energia, seriam necessárias mais 72 milhões de bombas de calor – ainda poderá demorar algum tempo.

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