Taxas elevadas na eletricidade diminuem a adoção de bombas de calor

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Christina Genet
Um estudo da EHPA, publicado no passado dia 28 de novembro, compara o número de bombas de calor instaladas com a taxação da eletricidade e do gás aplicada em vários países europeus.
Segundo a Associação Europeia das Bombas de Calor (EHPA), os países que taxam mais a eletricidade do que o gás apresentam uma taxa de adoção de bombas de calor significativamente menor. A análise mais recente da associação recomenda, por isso, que o preço da eletricidade não ultrapasse o dobro do preço do gás. De facto, o estudo revelou que os países europeus abaixo deste rácio têm um mercado de bombas de calor mais robusto, enquanto os Estados onde a eletricidade é mais de três vezes mais cara do que o gás continuam muito dependentes de fontes de energia fóssil.
Neste contexto, a associação analisou o impacto das decisões governamentais nas práticas energéticas dos Estados-Membros, nomeadamente o rácio entre as taxas aplicadas à eletricidade e as aplicadas ao gás. Na Europa, as abordagens nesta área variam bastante. Enquanto países como a Suécia impõem taxas elevadas sobre o gás para desencorajar a utilização de energias fósseis, a Bélgica gera receitas significativos através da taxação da eletricidade. Em 2024, a Suécia continuou a aplicar algumas das mais elevadas taxas de carbono – cerca de 122 euros por tonelada de CO2 – sobre o gás, combinadas com taxas reduzidas na eletricidade, particularmente em regiões frias. O resultado? O país escandinavo tem hoje uma das maiores taxas de adoção de bombas de calor do continente.
Ao mesmo tempo, a Bélgica regista um dos rácios mais elevados entre o preço da eletricidade e o do gás, sendo que a eletricidade custa quase quatro vezes mais do que o gás para um agregado familiar. Como consequência, a quota de bombas de calor no país continua muito baixo, com apenas 342 000 unidades instaladas em 2024, segundo a associação. Para sinalizar a intenção de corrigir este desequilíbrio, o governo belga anunciou para 2026 uma redução de 3 % no custo da eletricidade e um aumento de 3 % no preço do gás.
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