Manutenção de sistemas solares térmicos
Seja para soluções individuais ou coletivas, o solar térmico, com a devida manutenção, deveria ser encarado como a solução preferencial antes de se equacionarem soluções elétricas. Este artigo descreve detalhadamente os componentes que devem ser revistos na manutenção e respetiva periodicidade.
Enquadramento histórico e legal
O solar térmico teve um forte incremento na sua notoriedade e procura, com a Medida Solar Térmica (MST) que se seguiu à publicação do Decreto-Lei n.º 80/2006, de 4 de abril, que preconizava o recurso a sistemas solares térmicos para a produção de águas quentes sanitárias (AQS), embora o tenha feito de forma exagerada, indicando 1 m2 por utilizador.
Esta recomendação não tomava em consideração a diferença de produção entre diferentes modelos de coletores, gerando instalações largamente sobredimensionadas, com os problemas de manutenção subjacentes a essa condição.
O Decreto-Lei n.º 118/2013, de 20 de agosto, vem resolver esta questão, ao introduzir a figura do “coletor padrão”, permitindo que o instalador ou o projetista possam definir uma solução mais aproximada das reais necessidades do utilizador, eliminando, em grande medida, os períodos alargados de estagnação que derivavam de uma captação excessiva, baseada apenas em área de coleta por ocupante.
Fica ainda aberta a porta à utilização de outras fontes de energia renovável, desde que garantam, numa base anual, uma energia equivalente à do sistema solar térmico.
Já o Decreto-Lei n.º 101-D/2020, de 7 de dezembro, com a publicação da Portaria n.º 138-I/2021, de 1 de julho, indica apenas que deve ser privilegiada a utilização de equipamentos com recurso a energia renovável, sem especificar a utilização de coletores solares térmicos.
É o solar térmico ainda uma boa opção?
Creio que neste momento ninguém tem dúvidas que a procura da descarbonização não tem retorno e é o caminho a seguir. Tenho defendido por várias vezes que a descarbonização pode e deve ser feita sem a eletrificação total, quando tal seja economicamente e tecnicamente viável (...)
Por João Silva, Formador do Instituto de Formação Vulcano
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